sábado, 11 de dezembro de 2010

MUDANÇAS NO CONTEXTO DE ORGANIZAÇÃO DE ESTADO

Danilo Mourão dos Santos¹

Resumo

A organização humana através do Estado se da a partir de reflexões teóricas e experiências acumuladas no decorrer do tempo. Desde do surgimento do Estado o seu modo organização passou por varias alterações, como forma de da continuidade a permanência do mesmo.
Palavras-chave: Estado. Política. Neoliberalismo.

Introdução

A origem do estado remota os primórdios das civilizações, deu-se na antiguidade a expressão maior desse novo tipo de organização social foi na antiga Grécia com as “Polis”,reduzindo-se à cidades. O surgimento do estado e sua consolidação se dão a partir do século XVI. Essa discussão sobre o Estado iniciou-se com Maquiavel na obra O Príncipe, onde ele analisa a força e poder e outros aspectos. Os contratualistas caracterizam o homem primitivo em um estado natural, que muita das vezes havia desordem, guerra e barbárie. Foi a partir dessa analise que filósofos como Kant e Rousseau vêem no estado o responsável pelo “Bem Comum” que consistia na garantia de igualdade, liberdade e ordem para os cidadãos, sendo o Estado o regulador para manter a paz e sociabilidade entre os homens por meio de contratos que se materializava através de leis, códigos e etc. Segundo Kant (2007)
Conforme Locke, originariamente, os homens viviam em um estado de natureza, sendo totalmente livres em suas ações e iguais em poder. Sua liberdade se encontrava limitada pela lei da natureza, esta contida na razão. Neste estado de natureza, a execução da lei, o poder de coerção, se encontrava nas mãos de todos os homens, de forma que, ao ser prejudicado em seus direitos, cada qual poderia buscar reparação daquele que cometeu a agressão (SCORZA, 2007, p.06)

O Estado liberal fora consolidado após as revoluções industrial e Francesa, que tinha como objetivo manter protegida a individualidade do cidadão e também da propriedade privada, sendo um avanço tremendo para sociedade daquela época, pois agora o homem tinha liberdade na sua vida econômica, religiosa e política, mas sempre debaixo do estado como garantidor da normalidade. A essência do estado liberal não tinha como base central garantir o poder a uma classe ou subjugar outra, mas garantir a democracia e liberdade para todos que fazem parte da sociedade. Como estuda Tocqueville, na sua viagem a América, onde queria compreender o funcionamento e as implicações da liberdade na concepção liberal. Tocqueville retrata bem isso. Tocqueville Apud Boron (1994)

[...] Uma revolução que faz com que as classes sociais se mesclem e se confundam; que as barreiras que separavam em compartimentos estanques os homens sejam deixadas de lado diante da potencia pulverizadora da sociedade civil; que se divida o domínio e se compartilhe o poder e no qual “as luzes se difundem e as inteligências se igualam” (BORON, 1994 p. 128)

O novo tipo de organização do estado liberal superava o absolutista onde a democracia mesclaria todas as pessoas como iguais. Todavia é necessário ressaltar que esse autor não avalia a concepção de estado, mas sim funda no estudo da democracia na sociedade civil (BORON, 1994 p. 129). Já para Max Weber um teórico moderno ele define o estado fundado na força, sendo exclusivamente o estado que pode usar da violência (WEBER, 1974 p. 56). Este autor define o estado como um instrumento de dominação diferentemente de Tocqueville. Ele traça os tipos de dominação estatal dividindo-os em três. O primeiro é o processo de dominação vem através das tradições (religião, questão de respeito patriarcal). O segundo é o populismo e o último com o corpo do estado no caso os serviços oferecidos.
Apesar do Liberalismo ter vários teóricos é interessante notar que não havia um acordo entre eles de como o estado funcionaria. Entretanto acordam sobre a importância e a necessidade desse tipo de organização, o que deixa claro é a concepção de estado em Kant e Tocqueville que se diferenciam em muitas coisas como, por exemplo, Kant acredita que o estado é a organização baseada por contratos, por uma ordem civil, e todos os homens são iguais perante o estado, sendo a superação do estado natural para o contratual que traz segurança e o surgimento da propriedade privada. Kant usa a expressão de contrato originário para o estabelecimento do estado como forma de uma razão. Para não voltar a um estado de barbárie sem um equilíbrio social e nem político. É nesse sentido que Kant não leva em consideração todo um processo histórico, mas uma necessidade que provem da razão. Como Montesquieu, Kant defende a divisão do poder do estado em três formas de organização, e a organização social seria semelhante ao estado positivista pelo motivo que a revolução seria estado de anomia.
Ao mesmo tempo em que Kant fala da igualdade social, a palavra não abrange todo seguimento da sociedade, pois os cidadãos do estado não seria algo total, mas simplesmente pessoas que possuísse propriedade ou meio de produção para exercer voto, assalariados e mulheres não eram cidadãos, mas teria direito garantido pelo estado ao seu favor. Para Kant o estado civil é o cidadão discutir a liberdade e as leis para corresponder aos desejos da sociedade e a continuação da harmonia.

Diferente de Kant, Tocqueville considera o estado liberal composto por homens que tinham propriedade ou não, a nova organização social (estado) é que as classes existentes iriam se mesclar em uma só classe, pois a igualdade traria todo esse benefício, nessa perspectiva Tocqueville vê o estado como um aparato atomizado por homens, nesse caso a sociedade civil que é a essência da nova revolução (estado burguês) e ao contrário de Kant o estado surge por um processo histórico e não por um contrato originário. Democracia e a igualdade é o instrumento de seu discurso sendo defensor da sociedade civil, estando acima do poder do estado, pois só assim não haveria despotismo da parte dos governantes e para isso a igualdade teria que ser algo geral na sociedade.

No seu livro “A Democracia na America” Tocqueville deixa claro que esse modo de organização social não é perfeitamente harmônico e a nova economia que se praticava era complexa, mais que à “mão invisível” não seria a explicação correta, e nesse processo o individualismo crescia sendo uma característica do homem moderno. Tocqueville se preocupava, pois o homem moderno se tornava conformista, apático e despotilizado podendo chegar em um estado despótico através do aparado do estado, e não haveria nenhuma contraposição da sociedade civil. Na compreensão dos textos de Tocqueville fica claro que mesmo sendo um contratualista ele criticava a nova sociedade e temia por algo que na frente poderemos avaliar como medos reais, como apatia da sociedade civil, o despotismo do estado que no seu tempo já indicava uma fragilidade.

Concepção Revolucionária de Organização Social

A modernidade se inicia através de duas revoluções a industrial na Inglaterra e a política na França, e trás consigo a necessidade de reorganizar o homem no meio social e torna a vida humana dinâmica no sentido da pobreza e miséria. O liberalismo com a doutrina da individualidade trouxe a expressão máxima que o caracteriza, que é a propriedade privada e acumulação de riqueza. A necessidade de repensar em outro tipo de organização social surgi fundada nesse conceito de tentar acabar com a pobreza e a desigualdade de um grupo de pessoas. Só depois de Karl Marx e Frederic Engels, que essa necessidade de repensar ganha forma de teoria científica e a compreensão do liberalismo é desvendado. Segundo Lenin (1983), Apud Marx:

Para Marx, o estado é um órgão de dominação de classe, um órgão de submisso de uma classe por outra; é a criação de uma “ordem” que legalize e consolide essa submissão, amortecendo a colisão das classes. (LÊNIN, 1983 p.05)


Caracterizar e repensar o estado foram o trabalho de Marx e Engels, foi dentro desse conceito que a expressão classe foi usada, sendo genericamente grupos sociais diferentes economicamente que subjuga a outra para ter um padrão de vida superior. É admirável que a França seja palco do surgimento desse estado liberal após a revolução burguesa, e também ter sido o país que teve a experiência de Comuna a ausência de estado. Marx vai além na discussão sobre estado, o seu pensamento não termina em que o estado tem que ser reformado, mas muito pelo contrário o estado tem que deixar de existir “A idéia de Marx é que a classe operária deve, quebrar, destruir a “maquina do Estado”, não se limitando apenas a assenhorear-se dela” (LÊNIN, 1983 p. 16). Apesar da experiência da Comuna de Paris no século XIX o mundo sentiu a efervescência da tentativa da destruição do estado burguês no século XX com as micro revoluções em especial na América Latina e Ásia. Por haver duas classes antagônicas a Burguesia que retém o meio de produção e o Proletariado que só tem a força de trabalho, Marx acreditava que o proletariado poderia chegar ao poder do estado e assim dar fim a exploração social, isso através de uma revolução política e social.

Mudanças de Estado na História

O estado burguês no decorrer da historia tomou várias formas de organização sendo sempre dinâmico e adaptável aos desafios e dificuldades que o tempo trouxe. Como já citamos anteriormente o estado liberal se funda na liberdade do individuo e da propriedade privada, depois da crise de 1929 em que o mundo capitalista sofre um rombo forte na economia e o estado tem dificuldade de regular a situação foi pensado outra maneira de se organizar. Surgi o Estado de bem esta social, Keynes sendo o teórico principal desse novo tipo de organização, que iria garantir as necessidades básicas dos serviços como saúde, educação e outros. Ao mesmo tempo esse novo tipo de organização tornaria o Estado o administrador direto da economia criando fábricas estatais e controlando empresas privadas (CHAUI, 2007 p. 311)
Com a crise da década de 70 que tinha como pano de fundo o petróleo, foi necessário reformular e adequar o estado à crise naquele momento. O questionamento central do Estado de bem esta social era que destruía a liberdade dos cidadãos e a competição, sem as quais não há prosperidade. Hayek e Friedman teóricos neoliberais tinha como pensamento central a diminuição do estado na economia e o crescimento da propriedade privada, tirando do estado pouco a pouco o poder sobre a regulagem da economia assim enfraquecendo os sindicatos e movimentos operários deixando nas mãos de patrões as negociações do trabalho.

Neoliberalismo e Concepção de Política Pública

Com a nova concepção de estado os serviços que eram de cunho público se tornaram privados como a saúde, segurança, educação e outros serviços básicos de vivência humana, onde o estado é mínimo a ação privada domina por excelência. Apesar de alguns serviços hoje serem realizados pelo estado, são feitos dentro da ótica privada como a educação, as suas diretrizes são dadas pelo Banco Mundial sendo um agente regulador e precursor para a privatização, a mesma coisa ocorre na saúde. Cada vez mais o estado se omiti no dever de realizar esses serviços. O estado neoliberal deixaria de agir na economia, mas seria presente nos sindicatos punindo as greves que pudessem prejudicar a economia.

Em outras palavras, abolição dos investimentos estatais na produção, abolição do controle estatal sobre o fluxo financeiro, drástica legislação antigreve e vasto programa de privatização (CHAUI, 2007 p.313)


A estruturação do neoliberalismo funcionou a economia conseguiu se estabilizar e a concorrência se aperfeiçoaram ainda mais e os meios de produção, mas esse crescimento foi por pouco tempo até a especulação financeira surgi que engesso o crescimento. Para o trabalhador o neoliberalismo dificultou ainda mais sua luta por mudança social com os arrochos salariais, cooptação de sindicatos, taxas de desempregados exorbitantes. E como o mundo na década de 70 passava por uma situação de crise as regras neoliberais foram seguidas por todos os países sendo um novo estágio do capitalismo.

Conclusão

O estado surgiu historicamente na vida social humana como uma forma de organização, que pudesse melhorar a sociabilidade, mas trás consigo suas implicações como separação do homem por classe. A necessidade de mudança não fica preso a queres ter uma sociedade igualitária e justa,mas uma necessidade humana, pois a lógica imposta de acumulação já não tem como ser mantida pela escassez das matérias prima, a revolução que trará um consumo regrado pela necessidade humana se torna cada dia real, sendo isso uma necessidade de sobrevivência humana.


Estudante de Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará¹

REFERÊNCIAS

CHAUI, Marilena. Cultura e Democracia: O discurso competente e outras falas. Ed. Cortez.2007.

WEBER, Marx. Ciências e Política: Duas Vocações. In A política como vocação. São Paulo-SP, Ed. Martin Claret, 2001.

LENIN, V.I O Estado e a Revolução. Ed. Hucitec –São Paulo 1983.

BORÓN, Atílio. Estado, Capitalismo e Democracia na América Latina. Ed. Paz e Terra, S.Paulo, 1994.

SCORZA, Flavio. O Estado na Obra de Kant. 2007. Disponível em:<>. Acesso em 7 dez. 2010





quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Acesso a Educação inclusiva em Marabá

A questão da deficiência visual na inclusão da educação básica e superior tem crescido bastante, mas ao mesmo tempo o estado não tem dado um suporte pedagógico e físico para essas pessoas, acredito que esse problema não esta somente em Marabá, mas em todo Brasil. Muitas pessoas com deficiência visual tem por princípio a barreira que o limita a inclusão social, barreira essa que não é a deficiência na totalidade, mas a parte emocional que muitos se isolam. A escolha dessa pesquisa tem como base tentar avaliar o modo de absorção de conhecimento de uma pessoa com essa deficiência tanto no nível médio e superior hoje no Brasil. A partir da década de 80 o governo criou leis para amparar pessoas com todo tipo de “necessidade especial” e garantir a inclusão deles no mercado de trabalho e a adaptação do sistema educacional tanto básico, médio e superior para atender qualquer tipo de “necessidade especial” conforme a lei n° 7.853, de outubro de 1989 “Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico.” O numero de ingressantes na educação inclusiva aumentou a partir daí, mas o numero ainda é pequeno em comparação com as pessoas deficientes de todo Brasil.
Em Marabá o numero de pessoas inclusas dentro do ensino básico é de aproximadamente de 15 pessoas tanto deficiente visual, auditivo e físico já no nível superior esse numero é pequeno mais ainda só 2 pessoas tem acesso a nível superior, sendo uma com deficiência visual estudante de duas universidades e outra com deficiência auditiva. No dia 3 de janeiro de 2010 fiz uma entrevista com Nacélio Souza Madeiro que faz o curso de Ciências Sociais na Ufpa e que teve a perda da visão aos 10 anos de idade, na entrevista ele faz uma retrospectiva de toda sua vida acadêmica deste sua inclusão na escrita Braille.
Quando Nacélio nasceu logo foi diagnosticado que não tinha visão, mas aos 7 anos começou a vê mesmo com uma visão de 50% isso foi suficiente para da inicio a aprendizagem e ser alfabetizado em tinta primeiramente pelo avo, com 12 anos ingressou em uma escola de educação fundamental “Por eu morar na roça, eu e minha família não tínhamos perspectiva alguma de estudar ate porque não via nada, mas quando comecei a enxergar logo meu avo me alfabetizou e em seguida entrei na escola” mas logo em seguida ele perdeu a visão total isso fez ele sair da escola ate porque não teve apoio e entrou em depressão, mas e 2005 retornou aos estudos e com a criação do Centro de Apoio Pedagógico de Marabá (CAP) teve um apoio pedagógico para iniciar novamente. Ao relatar seu aprendizado educacional ele citou que utilizava gravações de aulas e anotações em maquina Braille e apesar de todo o esforço que fazia para um bom aprendizado ainda ficava a desejar porque era necessário ter um acompanhamento especial e um tempo maior para absorver o conhecimento.
Pessoas com “necessidade especial” muita das vezes entram com uma idade avançada na escola e por essa questão muitos passam pelo supletivo para acelerar e balancear o tempo de estudo, ocasionando um aprendizado muito ruim. No caso do Nacélio por ter desistido quando perdeu a visão, logo quando voltou teve que passar por um supletivo concluindo o ensino fundamental é médio em 5 anos. Ao acompanhar sua vida na universidade é notado rapidamente o despreparo dos professores na questão do aprendizado ate porque a metodologia continua a mesma para alunos com visão e para ele, isso é ocasionado pelo motivo dos docentes não ter um treinamento ou especialização na educação inclusiva especial, em baixo tem uma parte da entrevista feita com ele:
Entrevistador: Nacélio o teu curso é baseado a maior parte na leitura, no teu caso você só se utiliza do Braille ou tem outro recurso?
Nacélio: Sim eu uso esse recurso, apesar de não utilizar muito ate porque a leitura é muito cansativa uma folha em tinta em Braille são três folhas... então você já nota a dificuldade e a maior parte são textos enormes entende?
Entrevistador: Ao você ingressar na universidade você foi contemplado em cotas especiais para deficiente visual? E suas avaliações de fim de semestre elas são diferentes dos outros alunos na questão de ser facilitado?
Nacélio: Não, não hoje no Brasil não existe cotas para DV nas universidades, o que existe é que as empresas e concursos públicos tem que ter 1% para pessoas especiais, já as minha avaliações, agora tu me pegou, assim não é facilitado, mas muita das vezes as minha provas são orais, e os meus trabalhos são feitos em duplas nunca individual, mas eu não vejo nenhuma facilidade...
Entrevistador: A universidade tem de acompanhado com suporte pedagógico e físico no teu aprendizado?
Nacélio: A universidade não tem nenhum suporte técnico já tentei ir atrás para melhorar, mas continua igual deste quando eu entrei a universidade me deu um notebook para usar nas aulas, mas isso era muito limitado porque eu tinha que busca depois da aula devolver então acabei deixando essa pratica ate porque não aprendia nada eu só utilizava na aula depois não tinha nenhum outro recurso. Os professores a primeira vista se senti incomodados e sensibilizados, mas com o tempo vê como normal não fazendo nada pra me ajudar isso me prejudica eu costume dizer que o aprendizado de uma pessoa normal nunca uma pessoa com educação especial terá no mesmo espaço de tempo principalmente eu que não tenho nenhum suporte, tive um ano de curso de todo conhecimento pude reter em conhecimento menos de 50% tudo isso pela dificuldade e despreparo da universidade e professores.
A dificuldade que Nacélio tem no acesso a educação superior são muitas, e não somente ele, mas todos que precisam de uma “educação especial” no Brasil. Hoje em Marabá a demanda esta aumentando, mas ainda a poucos profissionais qualificados nesse área ocasionando problemas para todos que necessitam de um acompanhamento especial.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Diniz, Débora. O que é deficiência/ São Paulo: Brasiliense, 2007
Site: htpp://www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/L7853.htm
Entrevista; Madeiro,Nacélio 3 janeiro de 2010

Texto produzido por Danilo Mourão dos Santos estudante de Ciências Sociais

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Os Impactos Ambientais: Floresta Nacional de Carajás-CVRD

Durante muito tempo, o nosso ecossistema vem sendo degradado pelo homem, e o que vemos é um planeta cada vez mais destruído esse vem sendo um problema cada vez mais constante, pois os órgãos que deveriam fiscalizar e punir os responsáveis pela destruição da nossa natureza, um exemplo vivo disso colocamos a Floresta Nacional de Carajás, que ao invés de ter uma fiscalização severa, acaba virando palco de distorção, através do órgão responsável IBAMA.
A legislação Ambiental é bem clara quando diz, que qualquer projeto que envolva o meio ambiente deverá passar por um Estudo de Impacto Ambiental (EIA), onde será exposto todos os pros e contras do referido projeto, e depois deste estudo, deverá ser feito um Relatório de Impacto do Ambiente. Essas seriam as formas legais para se conseguir a permissão para exploração do meio ambiente através de um projeto.
Esse processo de atuação da Vale na mineração vem desde os anos 40, quando não havia tecnologias ambientais de curto prazo
As principais atividades operacionais da empresa Vale na Floresta Nacional de Carajás, visa a atividades minerais que demandam a implementação de uma extensa rede de infra-estrutura m, inclusive a construção de ferrovias, rodovias, redes de abastecimentos de água, usinas de eletricidade, redes de telecomunicações e outros. Isso demanda um alto investimento financeiro, o que confere á atividade grandes riscos econômicos. A empresa Vale administrada como uma grande empresa, também visa grandes lucros na qual compete no mercado Internacional, em posição de destaque. Das atividades que a Vale vem atuando, destaca-se a exploração de minério de ferro, chumbo, alumínio, manganês, ouro, cobre, florestas e celulose e a construção de ferrovias, transportes, levantamento geológicos e pesquisa tecnológica.
Essa exploração que vem ocorrendo no local deixa a desejar, pois é bem visível que não existe nenhum tipo de fiscalização, assim podemos ver no código florestal ART. 2° Para que o manejo florestal aconteça, deverá seguir dois princípios: sendo estes os princípios gerais e técnicos, onde o principio geral diz que deve ser feito um manejo que busque a conservação dos recursos naturais, onde não será permitido a discriminação dos bens naturais para evitar sua extinção, deve-se conservar a estrutura da floresta e as suas funções, deve ser feita a manutenção de biodiversidade biológica e o desenvolvimento sócio-econômico da região.
Já no parâmetro técnico, deve-se haver uma caracterização do meio físico e biológico determinar o estoque existente, a intensidade da exploração compatível com o tamanho da área, promover a regeneração natural da floresta, adotar um sistema silvicultarão(um estudo e exploração das florestas adequado), adoção de um sistema de exploração adequados, remanescentes, garantir a viabilidade técnico-econômico e dos bens sociais, garantir de medidas mitigadoras (branda, suave) dos impactos ambientais.
O Art.16°-As florestas de domínio privada, não sujeita ao regime de utilização limitada e ressalvadas as de preservação permanente, previstas nos art.2° e 3°, desta Lei, são suscetíveis de exploração, obedecidas as seguintes restrições:
a) nas regiões Leste Meridional, Sul e Centro-Oeste, esta na parte sul, as derrubadas de florestas nativas, primitivas ou regeneradas, só serão permitidas desde que seja, em qualquer caso, respeitando o limite mínimo de 20% da área de cada propriedade com cobertura arbórea localizada, a critério de autoridade competente;
b) nas regiões citadas na letra anterior, nas áreas já desbravadas e previamente delimitadas pela autoridade competente, ficam proibidas as derrubadas de florestas primitivas, quando feitas para ocupação do solo com cultura e pastagens, permitindo-se, nesses casos, apenas a extração de arvores para produção de madeira. Nas áreas ainda incultas, sujeitas a forma de desbravamento, as derrubadas de floresta primitivas, nos trabalhos de instalação de novas propriedades agrícolas, só serão toleradas até o máximo de 50% da área da propriedade;

Como podemos ver, para uma empresa poder explorar uma determinada área, ela deve está de acordo com todos os parâmetros que rege a legislação ambiental e do código ambiental, pois do contrário ela não poderá fazer essa exploração, e será passiva de multa podendo ter seus dirigentes presos. Mas como já vimos no contexto histórico, não é assim que acontece, pois já tivemos oportunidade de estudar e vimos que a uma grande diferença entre o que está escrito e o que de fato é cumprido, pois sempre haverá uma relação de “poder” não importando o quanto as leis de proteção ambiental , sejam rigorosas, pois a empresa privada Vale não obedece estes parâmetros.
Outra forma de burlar a lei ambiental que a Vale utiliza é a parceria, uma forma “legal” que utiliza para apropriar-se de terras e realizar seus trabalhos sem precisar passar por todos os estudos que teriam que ser feitos para obter a licença de exploração , como está no código floresta 2°parágrafo único:quando a consentimento do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) tanto ao Estudo dos Impactos Ambientais(EIA) quanto o Relatórios de Impactos Ambientais(RIMA), são dispensados. Esse é o caso especifico da Vale o domínio sobre uma das parcerias entre Vale e IBAMA, parceria essa que rendeu a Vale o domínio sobre uma das maiores jazidas de ferro do mundo, infelizmente para a CVRD, possa extrair esse ferro, ocorrendo assim à destruição de uma rica floresta brasileira.

Produzido pelos alunos de Ciências Sociais UFPA a partir da viagem de campo ao projeto Carajás e em base da Constituição Ambiental

terça-feira, 24 de novembro de 2009

América Latina um Campo de Exploração

O continente americano ou melhor dizendo o novo mundo vem tento um papel fundamental na economia mundial a muito tempo deste de sua colonização por homens brancos, mas um continente que o norte e o sul se diferencia em aspecto econômico, politico e social é na parte central e sul que a um conjunto de países de fala derivado do latim que é conhecida como América Latina que trás uma reflexão em empírica interessante, que seram alvo desse texto.
Josué de Castro declara "Eu recebi um prêmio internacional da paz, penso que, infelizmente, não há outra solução que a violência para América Latina. O primeiro questionamento é avaliar e analisar essa declaração, hoje a América Latina é ocupada por mais de 650 milhões de pessoas atualmente 50 milhões de latino-americanos estão desempregado e cerca de 100 milhões de analfabetos e a metade dos latinos vivem em moradia insalubres. Os três maiores mercados da América Latina Argentina, Brasil e México não chegam a igualar, somados, a capacidade de consumo da França ou da Alemanha mesmo que a população reunida desses três países exceda de muito e de qualquer país europeu.
As Mazelas são muitas, a pobreza e a miséria terrível são inúmeras, mas ao mesmo tempo tempo vemos o contraste uma terra rica em minério um solo véstil para a produção agrícola talvez seja essa "riqueza" que torna sua população pobre sendo seu minério exportado sem agregação de valor e seu solo sendo espaço para plantação de ração dos porcos norte americanos e europeus. Portugal extraia por ano 1,5 T de ouro da Vila Rica atual Ribeirão Preto no Brasil que hoje sobrevive do turismo sem nenhuma atividade econômica aquecida, os espanhóis por sua vez encontraram seu Eldorado na cidade de Potosí, mas em prata. Em uma vista maxicista o capital estava aqui, mas girava nas cidades europeias isso no período colonial e hoje isso diferencia que circula principalmente nos Estados Unidos da "América..."
Em pleno século XXI a América Latina continua sendo alvo de Exploração, mas hoje dos norte americanos sendo mais feroz e violenta essa exploração, atuando até mesmo na política exemplo disso o financiamento na década de 60 dos golpes de estado em vários países para melhor controlar. Até quando os pesos dos grilhões nas mãos ainda nos incomodará o que ainda conforta é saber que seu povo esta se organizando para sua libertação e logo em breve teremos um lugar junto ao sol, nestas terras esplêndidas, que poderiam dar a todos o que a quase todos negam.

Texto produzido por Danilo Mourão dos Santos estudante de Ciências Sociais apartir da ánalise do livro "As veias Abertas da América Latina" de Eduardo Galleano.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Proposta do Blog

Visão social pretende ser uma revista eletrônica critica e plural. Se diferencia da produção cientifica por ser uma leitura fácil, mas ao mesmo tempo rica em conteúdo tentando criar um censo critico para seus leitores. Os artigos publicados procura vislumbrar, nas lutas que hoje se travam, por menores que sejam, as potencialidades de constituição dos sujeitos da transformação social. Visão social busca atuação que visam concretizam seu caratér critico e plural. Toda matéria publicada devera ser produto de criteriosa pesquisa que se norteiam, no mínimo, pressupostos teórico metodológico, clara definização do objeto de analise, serio tratamento do material empírico.